terça-feira, 20 de agosto de 2019

4 anos de Amor

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Já faz 4 anos e ele ainda não morreu. Acho que to sendo um bom pai. Cuidar de uma criança é basicamente não deixar ela morrer de alguma forma. Tipo um Tamagochi, só que sem a parte de ressuscitar, isso deixa as coisas um pouco mais tensas.
Ele já tá cheio de trejeito, mania, vontade. Tá sabendo explicar suas negativas e ficando puto quando mal compreendido. Crianças são um inferno. Você tem que interpretar, ensinar, traduzir, ensinar novamente e torcer pra que ela entenda. Tudo isso sem causar nenhum trauma sério, porque trauma você vai causar de todo jeito. Ter filho é isso aí.
Não me preocupo se vou formar um médico ou professor. Um gari, garçom, ou pior, político. Tenho pensado se ele vai ser o menos humano, com menos raiva desnecessária ou orgulho bobo. Se ele vai conseguir resolver suas questões e tentar crescer com elas. Se ele vai conhecer o silêncio do abraço de luto, a brisa do pôr do sol ou o calor de um coração apaixonado. Não quero que ele “vença na vida”, mas que vença sua própria vida, o que já é uma tarefa absurdamente árdua.
Meu filho, se um dia ler isso aqui, saiba que você pegou o pai em promoção que vinha com defeito, burro e difícil de lidar, mas com o melhor cafuné que você poderia receber. Afinal, cuidar é dar aquilo que a gente tem de melhor.
Te amo.

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