domingo, 2 de dezembro de 2018

CALABOCA


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Eu conheço todos os seus blefes.
Mas pago porque gosto de te ver ganhar.
Salta de gata no meu colo
Mas eu sei que só quer me arranhar
Rebola,
Chupa gostoso até gozar.
Senta mas não se aprese em levantar.
Deixa seu peito aqui.
Mas língua não pode parar.
Para. Sente o sino tocar.
E grita!
Não deixa o coral abafar!
Vai!
Vem!
Vai!
Vai!
Para. Ajeita.
Vai!
Te prendo. Aperto. Amarro.
Esfolo meus dedos nos teus.
Se xingo finge que sofre,
Fodo seu cu como um deus.
E goza. Geme rasgado.
Num grito apertado pra eu atroar.
Depois,
Fica mansinha.
Te faço um carinho, te beijo denguinho,
E te dou cafuné.
Então, te mordo chupado,
Pra ficar bem lembrado
Que tu é minha mulher.

UMA BREVE OBSERVAÇÃO

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Indiscutivelmente, meus antepassados não fizeram as mesmas questões que me faço hoje. Exageradamente, as disparidades que vislumbro em cada roda de conversa, é desesperadora. Como não conseguem ver? O evidente nunca esteve tão claro. A cegueira moral entregue e desenhada na tabua do cu de cada cidadão, apaga a verdade terrível de suas estranhas realidades. O novo classe média gabasse de suas exaustivas e dolorosas horas de trabalho para finalizar rindo de sua tragédia, adquirindo algum bem absurdamente caro em um país de terceiro mundo, onde SÓ o fato de habitar neste solo, me faz intercontinentalmente, atrasado. A ignorância política, defensora de extremos esdrúxulos, comovem cidadãos manipulados que de bom e feliz agrado, realizam seu festival de bizarrices. Um povo com uma ilusão exaustivamente repetida de que seus políticos representam seus humildes e imundos votos. Esses últimos são desprezíveis e já conhecidos. E dos outros? Digo sobre as causas morais, religiosas, as causas do coração e todas essas outras dependências químicas que meu corpo transborda. O ódio para este povo é como uma fogueira quente. Indomável, incapaz de ser apreciada ou tocada. Se tornando assim um ser descontrolado e desconhecido pelos seus possuidores. Do amor ainda entendem como posse, suposição, sexo e muita mentira. E a moral? Ah, essa eu nem sei por onde anda. Os homo sapiens insistem em ganhar-se em cima do ganho. Seja ele material ou abstrato. O conceito moral perverte-se como uma meretriz em promoção. Mas de todo mal que vejo, o que mais temo são as falsas ilusões de auto realidade. Pobres coitados, parvos regidos por sua libido, caminham a beira de si sem coragem de precipitar-se no inferno de vossas vidas. Inferno esse que é drasticamente salvador. Remoem suas almas com um fio solto gritando em grande voz “VEJAM, EU CONTROLO MEU MUNDO”. Sofram ainda mais, amigos. E a praga proliferasse que quase posso ver Moises gritando dos montes. Deuses de todos os lados me atropelam a fé. Alguns desejam viver demais, outros de menos. Tudo depende de qual céu você vai ficar hospedado, até que tudo volte novamente, como creem outros. Crenças com rituais satânicos que são repetidos diariamente em cada igreja ou capela. Me pergunto quanto medo foi necessário para criar tantos deuses. Mas confesso, são seres curiosos. Cada um configurado através dos anos para ser exatamente o que são. Maquinas biológicas funcionando num universo de ciclos intermináveis, expelindo existência onde não conhecem nem sua humilde essência. Digo humilde pois jamais entenderam a grande deusa, Morte. Essa sim detém o poder de tudo que se pode contemplar nas capacidades criativas de uma mente, que cogita a possibilidade de vida em qualquer lugar desse além mar do universo. Quando esta decide que algo deve findar, a condenação é garantida. Enfim, minha dor é também meu prazer. Meu castigo tornou-se passatempo tedioso e necessário. Sádico masoquista, gozo da vida ouvindo o gemer deliciosamente falso de meus adoráveis companheiros.

Escritor

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     Existe uma certa tristeza em todo escritor.
     Não se é possível interpretar o mundo sem um certo ar de solidão. Um bom poeta é um exímio solitário. A capacidade do artista em alcançar as emoções dos atentos não está na beleza de sua criação, mas sim na profundidade de sua dor. A tradução de um sentimento é proporcionalmente difícil a intepretação de uma língua oculta. Não basta escrever como as nuvens são leves ou as rosas perfumadas, uma boa e verdadeira arte traz consigo um ar gélido de solidão. Acalentam-se os ouvintes nas poltronas enquanto um pobre coitado reproduz aquilo que ele carrega em mente e alma com uma intensidade satânica de dor. Seja na música, poesia, filmes, pinturas ou qualquer outra transcendência. Toda arte é triste. Os quadros representam saudades e as canções fins trágicos. Até as expressões aparentemente felizes são interpretações hostis de desespero por algo melhor.
     Engana-se quem acha que o bom artista é um bom vivente. Ao artista, viver é um desaforo universal. Desesperar-se na necessidade de explosão através de um vulto rápido de expressão poética é um litigio e um bênção. Ao escritor então, a pior das tarefas.
     Ao escritor faltam pincéis, plumas, desenhos, fotos e canções. Á patuleia, resta a escrita, essa que nem quando se quer dizer, consegue dizer. Cansativamente, o desinteresse público e seu seletivo trabalho ao escrever os tornam cirurgiões de sentimentos. Ao pintor, a tinta para dar cor aos seus devaneios. Ao musico, as melodias mantras para suas hipnoses. E ao escritor, que ferramenta afia sua ideia? Pois a escrita por si só não gera comoção. Ao coitado resta tentar desenhar suas fotos na mente de cada olhar tranquilo, e com sua própria voz em seus ouvidos, recria personagens e paraísos lidos em um papel com palavras desorganizadamente ajeitadas em um samba de pausas e sons.
     Indiscutivelmente, o escritor vaga num universo de impossibilidades de tradução, quando nem um parágrafo consegue explicar as sensações de um dia comum. A esses dou o meu lamento. Sofram, párias. Talvez assim essa infelicidade que lhes transbordam, encantem pequenos oculares, quiçá, sejam até entendidos.

ORGULHO





Partiu querendo ficar
Calou mas queria falar
Sentiu e deixou quieto
Chorou e escondeu a dor.
Andou querendo deitar
Odiou quando quis amor
Gritou querendo parar
Desejou e fez desdém.
Sujou querendo lavar
Aceitou querendo negar
Sorriu querendo clamar
Pediu o mal querendo bem
Ficou só, querendo alguém.
Se em sanidade não esta certo,
Porque em loucura é tão correto?
A razão procura o fim
Mas o orgulho a desolação.
Porque em mentes tão saudáveis
O orgulho fala mais que o coração?

Plumas, penas e prisões

  - ... três meses de prisão preventiva.. O promotor vestia esses lenços pretos no pescoço, uma espécie de babador ao contrario. Faltava-l...