domingo, 26 de maio de 2019

CONPLORATIO


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       Ela chorava caída no banheiro.
       Seu olho estava borrado com aquela cara de clow abandonado. Havia alguns dias que tinha terminado seu relacionamento e naquela noite ia se encontrar com mais um daqueles carinhas dos aplicativos. Mas desistiu.
       Ela já estava em prantos a alguns minutos e tudo que podia sentir era dor. Alguns dizem que a dor de amor é igual dor de dente, dói tanto que não da pra pensar em mais nada. Ela sabia bem.
Tinham sido anos perfeitos. Todos os detalhes eram exatos. Mas acabou, e ninguém tinha culpa. Era a vida seguindo suas vontades. Ela tinha que aceitar e entender. Era duro, mas era  melhor. Não era justo jogar todos os pedações quebrados de relações passadas em pessoas que não merecem isso. Ela precisava se juntar. O momento não era de festa, era de tristeza. Descontar suas carências e magoas em outras coisas e pessoas só a levava para mais longe de si. Era isso.
       Como um rei vendo sua cidade sitiada e tudo que ate ali construiu, ela desmoronava sentada no banheiro, mas tudo que aconteceu não foi raso para ela se entregar a relações rasas e desnecessárias.           Foi tudo perfeito, lindo, magico. Mas acabou. E como é duro aceitar algumas verdades.
       Pegou o celular e cancelou o encontro. Continuou a chorar.
      A dor é inevitável mas o aprendizado é uma escolha. Infelizmente as pessoas não vão nos amar como queremos ou desejamos. Seremos carrascos em dias e salvadores em outros. Em dias amaremos e em outro odiaremos dobrado. Mas acima de tudo lembrar que sofrer não é ruim, não entender o sofrimento que fode tudo. E ela entendeu.
      Levantou, colocou aquele filme que lembrava os dois, pegou um pote de chocolate e se entregou aos prantos. Entre tantas escolhas difíceis, ela escolheu ficar só, em dias de dor.

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