segunda-feira, 4 de maio de 2009

Pesares...


Morre no dia vinte e oito de abril de dois mil e nove, Antonio Alves dos Santos. Provavelmente você nunca ouviu falar de seu nome, mas provavelmente deve ter topado com ele na rua ou negado-lhe umas moedas.
Mais conhecido como Caipira, Antonio era morador de rua, aprisionado pelo álcool. Não era meu parente, nem meu amigo, mas sim, um chegado.
Enquanto, dentro dos templos cheios de gloria, pessoas desvalorizam a Palavra do Reino, alguns, em meio as sombras da noite esperam uma Meditação vinda do Céu. Antonio não tinha nada para oferecer, mas foi com esse indigente peregrino urbano que começou minha pequena trajetória pelas ruas da ilusão. Foi com um mero menosprezado da vida e seus amigos, que aprendi a dar mais valor a cada palavra e oportunidade desta terra.
Alguns ouvem por cotidiano, outros por obrigação, outros nem ao menos ouvem, só fingem. Porem Antonio Alves dos Santos e seus compatriotas, não só ouviam, davam uma atenção exacerbada ao mexer dos lábios. Pode alguém levantar-se e dizer; “mas nunca viveu o que ouviu”, digo a vocês, ele sempre ouviu o que viveu. Desventurado que foi.
Fique aqui então uma nota fúnebre do de Antonio Alves dos Santos, companheiro de uma curta estrada. Louco e alcoólatra, porem, sempre a ouvir boas palavras.
Condolências de Um que lembrou de você.

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