domingo, 22 de dezembro de 2019

Boquetes e Amores Que Nunca Mais Vamos Ter


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“Sim!”. De onde eu estava parecia esses filmes românticos onde o casal termina no altar com um beijo mágico.
Acompanhei as palmas com a igreja mas lá no fundo eu estava desolado – nunca mais vou ter aquele boquete – que tristeza.
Não passou disso. Nada de flores e romance. Tivemos alguns dias suando os lençóis e outros variados que sempre terminavam com aquela boca maravilhosa. Só um bom e velho churrasco de carne sexual. O casal se preparava para fazer a saída e seus lábios cantavam um sorriso satisfeito – como ela fazia aquilo? -. Eu estava muito feliz, os dois se mereciam a muitos anos e ela já havia me contado desse romance que ia terminar em casamento. Eramos amigos. Mas e o boquete? Como faz quando você vê aquela pessoa que te marcou ir embora? Não ia ser legal eu levantar no meio do “alguém tem algo a dizer?” e gritar; “EU!!! Por favor Paola Bratio, como viverei sem tua chupada?!”. Sera que ela correria ao meu encontro e me arrastaria para um lugar reservado? Tá, não é pra tanto – talvez em outra oportunidade - a gente tem que aceitar as vezes.
La vinha ela pelo corredor. Acho legal amores eternos. Algumas pessoas nos chupam de outra forma. Nos lambuzam a mente, o coração. Nos fazem gozar um orgasmo de conversas e ideias. Companhia, afeto, afago. Todo mundo já recebeu um boquete na alma. Aquele alivio inesquecível que te faz acreditar no amor e em toda essa idiotice – como é gostoso – uma pena que nunca mais vou ter. Ela passa por mim e joga uma piscadinha maliciosa em meio aos confetes.
É, as vezes os boquetes partem – e parece que os amores também.

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