Em 1517 Lutero foi finalmente
excomungado depois de queimar a Bula Pontifícia que o ameaçava a se retratar ou
então receber a excomunhão.
Para aqueles que não sabem, a um
tempo atrás, enquanto o Brasil ainda estava nos seus primórdios de sua
colonização, a igreja vendia garantias de Salvação através de um documento
assinado pela autoridade santíssima, na época o Papa. A tão famosa Indulgencia.
Funcionava basicamente assim; Você fazia alguma coisa boa e seu tempo de
sofrimento, tipo ficar no purgatório, era reduzido. Um pecado que te deixaria
trinta anos no purgatório poderia ser facilmente esquecido se você adquirisse
uma indulgencia. O tempo de perdão depende do retorno que você da. Pode ser
dez, mil anos ou mais. Certo dia o Papa Leão X ofereceu indulgencias, ou seja, perdão
dos pecados, pra todos que dessem esmolas para a reconstrução da Basílica de
São Pedro em Roma. Tipo, quem doar pra igreja vai ter seu lugar garantido ao
lado do criador. Apesar de práticas semelhantes ainda ocorrerem hoje em dia,
esse tipo de pensamento é um absurdo até para aqueles que não creem em deus.
Afinal, quando foi que a igreja se tornou juiz das almas dos pecadores? Deus
terceirizou seu trabalho pois anda ocupado demais com questões mais serias,
tipo o casamento gay?
1.
Lutero
Não concordando com as práticas
impostas pela igreja, Lutero escreveu suas 95 teses. E todo resto vocês já
sabem. Após sua crítica ao sistema praticado na época, Lutero foi acusado de
blasfemo e fortemente contestado pelas autoridades religiosas. Que basicamente
é o que a Igreja faz todas as vezes que é questionada ou colocada contra a
parede, acusa seus algozes de injustos, caluniosos e hereges ao invés de trazer
a luz para a situação e também se questionar se seus princípios estão corretos.
Lutero encerra as Teses exortando os cristãos a imitar Cristo, mesmo que traga
dor e sofrimento "E que confiem entrar no céu antes passando por muitas
tribulações do que por meio da confiança da paz." Graças ao espirito
questionador de um indivíduo, vários outros se beneficiaram disso, inclusive os
não protestantes atuais. Caso contrário estaríamos todos condenados pois a
situação financeira atual não anda permitindo nem um cinema de vez em quando,
diga-se lá a remissão dos pecados, que no meu caso, diga-se de passagem,
custariam alguns carros populares.
Atualmente nos perguntamos como as
pessoas acreditavam nisso. Certa feita um Papa concedeu esse documento de
garantia de salvação a todos que fizessem uma peregrinação a Roma, tipo uma
salvação por atacado. Foi por isso que Lutero lutou, pela salvação e submissão
cega de um povo, que desesperado por salvar-se, aceitava a imposição humilhante
de autoridades que tinham plenas convicções de serem representantes de deus na
terra. É impressionante como temos que lutar guerras por pessoas que acham o
óbvio um absurdo.
2.
Sócrates
Atualmente os estudos filosóficos
se dividem e Pré-socráticos e Pós-socráticos. Basicamente ele foi o “jesus” da
filosofia. Sua metodologia era realizar uma série de questões, não apenas para obter
respostas específicas, mas para encorajar também uma compreensão clara e
fundamental do assunto sendo discutido. Ele se auto intitulava um Parteiro de
Ideias (daí saiu a maiêutica). Sempre disse que o conhecimento estava dentro
das pessoas e só precisava de um parto para nascerem e virem a luz. Questione
uma mãe sobre as dores de parto e terá ideia das dores do verdadeiro autoconhecimento.
Sócrates foi condenado por três crimes;
1- Não acreditar nos costumes e nos deuses gregos, 2- Unir-se a deuses malignos
que gostam de destruir as cidades e 3- Corromper jovens com suas ideias. Novamente
os minis deuses se sentiram ameaçados porque tiveram seus deuses questionados e
trataram de dar uma solução pra isso. Sócrates foi condenado a morte e quando
foi convocado a negar tudo que andava dizendo declarou: Vocês me deixam a escolha entre duas coisas: uma que eu sei ser
horrível, que é viver sem poder passar meus conhecimentos adiante. A outra, que
eu não conheço, que é a morte ... escolho pois o desconhecido!”. Assim morreu
“o homem mais sábio da terra”. Após tomar uma taça de cicuta suas últimas
palavras foram um pedido para que um dos presentes pagassem uma dívida que
tinham feito a um amigo. Sócrates acreditava na crítica e na verdade que ela
pode trazer. Questionar sobre a vida ou as coisas é o primeiro passo para uma
caminhada de paz e verdade. “Conhece-te a ti mesmo”. Julgado e morto por fazer
perguntas das quais as pessoas tinham medo de responder.
3. Jesus
Um dos maiores
assassinos de todas as épocas. Quantas pessoas tiveram suas vidas encerradas
por causa de um homem que defendia a paz, o amor e a ajuda ao próximo. Nesse
não preciso discorrer muito. Foram seus seguidores que trouxeram as boas novas
para nossas terras e hoje temos templos e leis estabelecidas por causa de
ideais cristãos. Talvez se tivéssemos
sido colonizados por Vikings a história seria outra. Jesus basicamente era o
que chamaríamos de “o cara da putaria”. Ele andava com puta, ladrão, doido,
mendigo, cachorro, criança, maconheiro e tudo que era tipo de pessoa que era
considerada escoria da sociedade. Ele era barraqueiro e não gastava dinheiro
com bebida, bastava um copo de agua e estava tudo resolvido. Um belo dia,
quando chegou na igreja, viu que tudo tinha se tornado um circo comercial. Indignado
com aquilo, ele saiu chutando o pau da barraca. Pegou um chicote e distribuiu
no velho estilo Indiana Jones. Mateus 21:12 – “Tendo Jesus entrado no pátio do
tempo, expulsou todos que ali estavam comprando e vendendo. Também tombou as
mesas dos cambistas e as cadeiras dos comerciantes de pombas. 13 E
repreendeu-os: ‘Está escrito: a minha casa será chamada casa de oração. Vós, ao
contrário, estais fazendo dela um covil de salteadores.’”. E bastou isso para
que os líderes religiosos da época o levassem a juízo e findassem de uma vez
por todas aquela voz que não parava de incomodar a rotina milenar e
ritualística da época. Mais um condenado por insultar os deuses e questionar as
autoridades e pensamentos de seu tempo. Jesus entenderia pouco o cristianismo
atual. E assim morreu o ultimo cristão.
4.
Licitação
A Lei
8.666/93 regulamenta o art. 37, inciso XXI da Constituição Federal. O artigo 90
da mencionada lei prevê o crime conhecido como fraude à licitação,
cuja conduta ilícita consiste em adulterar ou impedir o caráter competitivo do
procedimento de licitação, com objetivo de obter vantagem com o resultado do
certame. Exemplo; quando uma empresa pública precisa comprar determinado
produto ou serviço, ela libera um edital com todas as informações que os
participantes precisam para concorrer. Se elas precisam de trinta cadeiras ou
serviços de limpeza e manutenção, elas escrevem o que precisam no edital e
assim todos os participantes tem acesso a essas informações e conseguem
oferecer o melhor preço para ganhar o contrato. Sendo assim toda a negociação é
feita em cima de uma única realidade. Todas as empresas têm conhecimento dos
interesses do órgão e apresentam uma proposta com as condições exigidas e cada
uma oferece o melhor preço para executarem o serviço. Quando alguma empresa tem
algum tipo de benefício que facilite seu sucesso na licitação, isso chamamos de
fraude. Os motivos para que isso aconteça podem ser variados. Um exemplo
recente que tivemos foi o esquema de fraude da Lava Jato que privilegiava
determinadas empresas para que esses ganhassem uma boa parte dos contratos. As licitações são feitas para
que o dinheiro arrecadado com impostos pagos pelo povo possa ser bem
direcionado sem causar danos aos contribuintes e sem prejudicar o processo
público.
5.
DO CASO
04/07 - solicito orçamento para seguradora.
09/07
– enviei o primeiro orçamento para a igreja.
01/08
– sou informado que a igreja decidiu renovar com a atual empresa. Insisto para
poder apresentar alguma contra proposta e cito que os valores deles podem ser
diminuídos.
13/08
– sou informado que o orçamento vai ser enviado para a diretoria da igreja para
análise.
22/08
– questiono um dos responsáveis sobre qualquer diferença em coberturas para que
eu possa apresentar um orçamento igual para uma comparação justa.
03/09
– sou questionado sobre a porcentagem do excedente técnico (valor que a
seguradora restitui a empresa caso ela tenha uma baixa sinistralidade) do
orçamento.
04/09
– recebo uma apólice de 2017 para usar de parâmetro de cálculo.
11/09
– envio um arquivo com comparações de coberturas e valores mostrando que os
orçamentos apresentados por mim tinham as melhores condições e valores.
26/09
– recebo uma ligação do responsável informando que já havia fechado o contrato
com a atual seguradora. Questiono sobre o porquê e sou educadamente convidado a
parar de querer saber de informações que não são de meu “interesse”. O mesmo
não informa o porquê de ter fechado um contrato mais caro com coberturas
menores. O mesmo disse que os valores tinham ficado melhores e as coberturas
iguais. O mesmo diz que “140mil não paga nem o trabalho que dá para mudar de
seguradora”. O trabalho: Uma assinatura e um arquivo de Excel.
29/10
– recebo uma mensagem de um dos pastores lideres informando que um dos membros
da comissão havia lhe informado que o seguro tinha sido efetivado por uma condição
mais barata e por isso foi renovado com a atual seguradora. O mesmo informa que
é anti ético ficar perguntando sobre essas informações direto para a igreja.
Informo que essa informação sobre os preços está errada e sou ignorado.
12/11
– publico o texto.
12/11
– sou ameaçado a ser processado por “calunia, injuria e difamação”.
12/11
– sou convidado a comparecer pessoalmente ao escritório. Me recuso.
13/11
– recebo uma ligação em viva voz do qual sou apresentado a umas sete pessoas,
inclusas os líderes da igreja, os advogados da igreja e a empresa concorrente
que ganhou o contrato. Por telefone me informam aquilo que haviam negado em
todas as ligações, visitas e mensagens que enviei questionando sobre a
negociação: OS VALORES ESTAVAM MAIS ALTOS QUE O MEU SIM. AS COBERTURAS ESTAVAM
DIFERENTES DAS MINHAS SIM. Quando questionei porque apenas uma empresa teve
acesso as verdadeiras necessidades da igreja não tenho resposta. No dia 04/07 a
igreja me enviou um arquivo antigo e desatualizado contendo as informações que
queriam e no final fecham o contrato com outra empresa com condições que não
foram abertas aos concorrentes. ConcorrenteS, no plural, porque segundo eles
haviam mais três empresas na negociação.
Basicamente
a Igreja de Deus no Brasil, privilegiou uma empresa com todas as informações
que realmente eram de sua importância e convidou alguns outros para
participarem do pregão entregando informações erradas para que o contrato fosse
direcionado para a empresa atual que já está a dez (10) anos fechando os
contratos da igreja. De acordo com a igreja existe um conselho fiscal, esse do
qual eu tentei contato e sequer descobri seus participantes e seus nomes, que
fez a análise dos orçamentos e tomou a decisão. Me pergunto, quando se é feita
uma pesquisa de mercado para apuração de preços o mínimo que se espera é que a análise
seja feita em cima de condições iguais. Exemplo; Se eu preciso fazer um
levantamento de preço para comprar um produto X, eu informo a todas as empresas
que preciso do produto X e quando elas me entregam eu vejo qual fez o melhor
preço. Agora se eu peço o produto X pra uma empresa e o produto Y pra outra,
que tipo de análise de preço pode ser feita se são produtos e condições diferentes?
Lembra da licitação lá em cima? Então!
6.
Explicações
Meus amigos religiosos membros da Igreja de Deus no
Brasil, primeiramente, o que tenho a dizer a seguir não é direcionado a vocês.
Nasci dentro desta instituição e conheci várias pessoas realmente comprometidas
com a verdade e em fazer o bem. Pessoas dispostas a darem suas vidas para ver o
próximo em paz. Meu foco aqui não é destruir uma instituição, muito menos
envergonhar humanos que nem ao menos sabem o que está abaixo de vossos
apoiadores de óculos. Conheço boa parte das ações de boa vontade de alguns e
sei a diferença que tem feito na vida de várias pessoas. Não busco aqui uma
guerra, mas sim a verdade. Verdade tal que vocês desconhecem ou não querem ver.
Minha escrita não é para a base dessa pirâmide, mas sim para quem ocupa e
direciona todo o resto. Minha fala é para que o capital adquirido por essa instituição
não seja usurpado com uma maquiagem de boa vontade e proteção divina. Ouvi
recentemente “não toque nos ungidos do Senhor”. Meus amigos, se vocês não
entenderam que os ungidos do Senhor são todos os habitantes desta terra, vocês
ainda não entenderam o Evangelho. Não sou eu que os ataco, sou eu que os
defendo.
7.
John
Atualmente, as instituições religiosas não pagam IPTU, imposto de renda sobre o que arrecadam em dizimo, nem ipva sobre os carros que possuem. Tampouco pagam o ISS, que é o imposto municipal. Isso para que o
dinheiro que supostamente iria para o Estado seja utilizado para ações sociais
e de apoio a sociedade. A igreja desde seus primórdios esteve acima do Estado e
do Capital, porem usufrui desses dois para continuar seu circo. O que presenciei
nesses últimos dias foi uma instituição que queima as ofertas e doações de seus
pobres fiéis sem ao menos dar satisfação de seus gastos. Milhares de reais são
gastos em templos pomposos e contratos mentirosos. Líderes e diretorias que
tomaram para si o poder de decisão de como e o que deve ser feito com o
dinheiro que, em princípio, deveria ser gasto com ações de cunho social, pois é
por esse motivo que não são tributados. Sem nenhum portal de transparência e a
informação burocratizada com o poder na mão apenas de um grupo pequeno de
deuses, pude ter uma experiência direta com o mal uso dessas ofertas do qual me
fiz algumas perguntas: O que mais é feito dentro da Igreja de Deus no Brasil
que nem sequer passa pelas vistas do povo? Porque seus pastores temem seus líderes
superiores? Porque o poder de decisão está na mão de pessoas incapazes de serem
honestas com mais de dezenas de milhares de membros que diariamente depositam
sua fé em seus envelopes santos? Porque mentir em licitações básicas que só
podem trazer benefícios a instituição? Porque as informações são repetidamente
repassadas sem nenhum cunho de verdade? E por último, quem ganha com isso? Porque
os fiéis não são. Provavelmente alguns entenderam como uma acusação, mas assim
como Sócrates, faço apenas algumas perguntas para talvez assim chegar a
verdade.
“Mas são todas assim”. São porque vocês têm temido o
diabo errado. Já estão no inferno queimando suas almas, pagando suas
indulgencias para que possam dormir em paz.
Tiago 4:17 “Portanto, aquele que sabe que deve fazer o
bem, e não o faz nisso está o pecado”.
Fiz tais questionamentos e fui acusado de caluniador. Recebi
mensagens ofensivas e ignorantes. A última foi uma ameaça de processo. A esses
respondo: ME PROCESSEM! Me prendam numa solitária, arranque todos meus bens, me
tirem o sono, me julguem, façam suas orações para Deus, que sinto informar não os
ouvir mais, me cacem com todo sangue que tem em vossos corpos e me tirem a
vida, mas ao menos sejam sinceros em corrigir seus pecados e parem de enganar
um povo que como última esperança nesse mundo sem sentido tem procurado
alcançar a paz pelo menos após a morte. Não é pelo dinheiro, é pelo respeitar
ao menos as leis, respeitar o direito de cada fiel, é para serem no mínimo transparentes com suas
mentiras. Acham isso um absurdo? Os acusadores de Lutero, Sócrates e Jesus também
acharam, e tudo que eles pediam era justiça. Não se escondam atrás de suas fés
rasas e hipócritas, esse jogo de vocês eu já joguei em mil livros e em mil
guerras, se atualizem. Faço isso tudo pra que vocês ao menos deixem os
fardos de seus pobres fiéis mais leves e os deixem viver em paz. Suas pregações
calorentas sobre dízimos e ofertas não fazem sentido algum pois o Devorador tem
sido a própria Igreja de Deus no Brasil. Produzir um portal de transparência
onde todos vejam seus gastos talvez seja um começo para que esse circo de
fariseus se finalize. Acredito que algum
programador de software aceite R$140 mil como pagamento.
Eu convoco todos os deuses para
que a justiça seja feita. Que Shiva os destrua e traga um novo ciclo, que Odim
lhes apresente a Sabedoria, que nesse ano de Ogum vocês colham o que plantaram,
que Jesus tenha piedade de vossas almas sujas e encardidas e que Rá nos
proteja.
O que quero com tudo isso? A Verdade
meus amigos, a clareza, a justiça. Atitudes valem mais que justificativas ou
gritos. Façam o que quiserem mas parem de enganar meu povo, o governo já tem
feito esse trabalho.
E por último, me processem! Mas não
usem o dinheiro dos fiéis, caso contrário, cada intimação que eu receber vai
ser um espinho na carne que vocês vão ter.