Ela chorava caída no banheiro.
Seu olho estava borrado com aquela cara de clow abandonado. Havia
alguns dias que tinha terminado seu relacionamento e naquela noite ia se
encontrar com mais um daqueles carinhas dos aplicativos. Mas desistiu.
Ela já estava em prantos a alguns minutos e tudo que podia
sentir era dor. Alguns dizem que a dor de amor é igual dor de dente, dói tanto
que não da pra pensar em mais nada. Ela sabia bem.
Tinham sido anos perfeitos. Todos os detalhes eram exatos. Mas
acabou, e ninguém tinha culpa. Era a vida seguindo suas vontades. Ela tinha que
aceitar e entender. Era duro, mas era melhor. Não era justo jogar todos os pedações quebrados
de relações passadas em pessoas que não merecem isso. Ela precisava se juntar. O momento não era de
festa, era de tristeza. Descontar suas carências e magoas em outras coisas e
pessoas só a levava para mais longe de si. Era isso.
Como um rei vendo sua cidade sitiada e tudo que ate ali
construiu, ela desmoronava sentada no banheiro, mas tudo que aconteceu não foi
raso para ela se entregar a relações rasas e desnecessárias. Foi tudo perfeito,
lindo, magico. Mas acabou. E como é duro aceitar algumas verdades.
Pegou o celular e cancelou o encontro. Continuou a chorar.
A dor é inevitável mas o aprendizado é uma escolha. Infelizmente
as pessoas não vão nos amar como queremos ou desejamos. Seremos carrascos em
dias e salvadores em outros. Em dias amaremos e em outro odiaremos dobrado. Mas
acima de tudo lembrar que sofrer não é ruim, não entender o sofrimento que fode
tudo. E ela entendeu.
Levantou, colocou aquele filme que lembrava os dois, pegou um
pote de chocolate e se entregou aos prantos. Entre tantas escolhas difíceis,
ela escolheu ficar só, em dias de dor.
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