Tudo tinha voltado ao normal e ele agradeceu ao universo por
isso.
Era seu primeiro encontro após aquilo que ele chamava de “A
grande Decepção”. Sentado na mesa com sua nova companhia que havia conhecido
tinha alguns dias, até que enfim a paz reinava e a vida estava andando.
Foi difícil, mas após meses de sofrimento ele conseguiu
apagar ela de sua casa. O amor tinha ido embora, mas tinha deixado rastros por
todos os lados. O travesseiro e fronha que ela havia trago foi o primeiro a
pegar fogo. Cada cômodo da casa guardava
uma lembrança dela e ele não podia conviver com aquilo. Jogou tudo fora. A garrafa de vidro para por água que ela
havia improvisado, o narguilé, os cigarros e um maldito pano que ela usava
frequentemente na cozinha. Livrou-se do shampoo ainda cheio que ela tinha
comprado e até uma toalha azul que nem era dela, mas usava. Jogou fora as
fotos, uma calcinha, as cartas e se pudesse jogar fora as blusas que ela usava
de camisola, jogaria, mas elas eram boas demais. Da pra aguentar. Não havia
mais vestígios daquele “espírito” que o assolou durante tanto tempo.
Pediu a conta e tirou a carteira para pegar o cartão e
finalizar aquele maravilhoso encontro. Sem querer um pedaço de papel dobrado caiu
ao tirar o cartão. Pegou e abriu meio confuso. Arregalou os olhos sem conseguir
esconder a surpresa. Era um bilhete antigo que não tinha ido junto com as
outras tralhas. Ele tinha jogado tudo fora, mas ela ainda estava em todos os
lugares.
- Você acredita em demônios? – perguntou pra sua companhia
na mesa – Porque eu começo a crer que o diabo existe e adora me pertubar.
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