Ele falava empolgado com a boca
ainda cheia de comida, o restaurante estava cheio e o barulho era alto, mas não
era incômodo.
Já estavam saindo há algum tempo e
ela já estava começando a gostar dele. Era simpático, engraçado, os amigos o
adoravam e tinha uma maturidade infantil que ela sempre gostou de ver nas
pessoas. Ele falava algo sobre o trabalho, ela não estava dando atenção, apenas
acenava com a cabeça fingindo que o ouvia e vez ou outra um sorriso esboçava
pra participar do devaneio. Na sua mente um único pensamento a assolava; quando
ele vai embora e me deixar aqui?
Seus relacionamentos anteriores
haviam deixado algumas lembranças ruins em sua mente e ela sentia que este também
seria igual. Não dava pra saber.
Enquanto ele cortava um pedaço de
filé ela se lembrava de seu ultimo algoz. “Será que o problema sou eu?”
pensava. O primeiro foi ainda quando ela era jovem, namorados e inocentes ate
que ele chegou um dia dizendo que havia ficado com um ex e que gostava dele. Passou,
eram novos. O outro foi um de longo tempo, até que o mundo caiu quando no
celular dele estava escrito que ele estava com ela para esquecer o cara da
faculdade. Um dos mais recentes talvez foram os mais cruéis. “Uma aventura”, foi
como ela foi definida. “Porra, eu amava ele”. Ela simplesmente parou de
procurar e de esperar depois desses desafetos. Aceitou que sua existência era
apenas passageira para os que ela considerava eternos. Seus beijos e carinhos
nunca prenderiam ninguém e não adiantava se acabar na dor, pois no final nada
ia mudar e de nada adiantava. A solidão a perseguiu a vida toda e não era agora
que a largaria. Aceitou seu carma e seguia em frente.
- Melhor pararmos por aqui –
interrompeu seu parceiro.
- Mas eu não terminei a carne, ela
esta magnf...
- Estou falando de nós dois – ele engasgou
e olhou espantado – você é um cara legal, mas acredite, não sou boa companhia.
Levantou e saiu.
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