domingo, 2 de dezembro de 2018
CALABOCA
UMA BREVE OBSERVAÇÃO
Escritor
ORGULHO
quarta-feira, 7 de novembro de 2018
Fracasse
terça-feira, 16 de outubro de 2018
Desencontro
terça-feira, 9 de outubro de 2018
PORQUE EU NÃO VOTO
"a arte de conquistar, manter e exercer o poder, o governo". Assim que Maquiavel definiu política.
Desde seu nascimento na Grécia, a intenção da política foi sempre ouvir
determinados grupos que defendiam seus ideais e desejos através da escolha de
seus representantes. Se eu gostava de azul, montava um grupo com uma galera que
gosta de azul, escolhia quem era melhor de dialética pra defender o azul e
depois ia todo mundo lá dizer que o grande deputado azul era a o cidadão perfeito
para defender os direitos do grupo e da nação. Sim, a democracia também nasceu
na Grécia. E a tradução da palavra é GOVERNO DO POVO (Poder do Povo, pra
facilitar). E assim segue o fluxo. Eu tenho princípios e acredito em
determinadas coisas. Se não for eu, escolho alguém que represente bem meu
papel, depois, através do meu direito democrático de escolher alguém para me
representar, voto no meu indivíduo e aprecio a beleza de ter um Estado
comandado por alguém que acredita na maioria dos meus conceitos ou me contento
com a derrota sabendo que o outro cidadão teve mais votos por que um grupo
maior acreditava nele. Depois disso a máquina do Estado continua rodando sob o
comando do eleito preferido e seus seguidores e apoiadores. Isso é a política
simples sem dificuldades.
Seria lindo.
Eu, como a maioria, resisto a conflitos desnecessários e cansativos
discursões que são meramente religiosas e na maioria das vezes, inútil. Mas
exerço aqui o mesmo direito democrático fixado em vossas mentes. Sabendo que a
política é um jogo de poder e representação, me alieno da obrigação de escolher
um candidato que foge dos meus princípios morais, reais e imutáveis e decido
não apoiar quem não condiz com minhas verdadeiras motivações. Votar em
alguém que não tem possiblidade de ser eleito mas que condiz com minhas ideias,
é uma das únicas demonstrações de política possível e real. Ali fica o
simbolismo da ideologia e das vontades de uma nação ou grupo de pessoas. Se em
algum momento, o voto foi para quem tinha mais chances de derrubar seu
adversário, parabéns, você ainda não entendeu a política e acaba de trair seu
próprio destino.
“O voto é individual e secreto. A escolha é sua. Pense bem, avalie
os candidatos e exerça seu direito”. Estas são as frases às quais se agarra o
senso comum e também o senso institucional, como a última tábua da salvação da
consciência de cada indivíduo. O presidente não será ou deixará de ser
eleito por causa de um voto a mais ou a menos. Ou seja, meu voto não faz
diferença – embora o discurso da moralidade social não o admita. Ao contrário
do que afirma o pseudo-individualismo, o voto é social, e não individual. O
voto só cumpre sua função social quando inserido numa ação coletiva. Nessa
perspectiva, são as massas que sustentam o Estado Democrático de Direito, e não
os indivíduos. Assim, o voto será tanto mais consciente e efetivo quanto mais
aglutinador de forças coletivas, se constituindo num vetor das potências
sociais. Foi assim, por exemplo, que um ex-operário tornou-se presidente do
Brasil.
Entretanto, alcançado este status, surge todo tipo de reação
negativa – falta consciência de classe, o país é de mentalidade
subdesenvolvida, a mídia controla e comanda a política, os políticos são
corruptos, os eleitores são irresponsáveis, o povo tem memória curta, o poder
sempre estará com os endinheirados, eu não gosto de política, os trabalhadores
estão desmotivados, o contexto histórico não é propício, as pessoas são
individualistas, as massas são alienadas, bla, bla, bla. O poço das
justificativas é infinito. E, ao fim, volta-se ao slogan: “exerça seu
direito com consciência!”. O poço da hipocrisia e da falta de coragem é
infinito. Embora muitas das justificativas sejam coerentes e consequentes, é
evidente que alguns aspectos estão sendo negligenciados.
Brasil e mundo afora, devem existir outros tantos indivíduos, encaixados
ou não em modelos, que tenham relações sociais fracas – uns admitindo, outros
não; uns percebendo, outros não; uns conformados, outros não. O que importa
aqui é o que diz respeito à participação política, mais especificamente na via
eleitoral. Sendo o voto social, é evidente que para esses indivíduos o voto não
cumpre sua função. São pessoas sem qualquer influência coletiva e, geralmente,
distantes das influências sociais. Por certo que não sou um átomo – basta
observar que dependo de muitas forças sociais para comer, por exemplo – mas
também não participo da vida de gado, sou incapaz de convencer ou de ser
convencido de tal ou qual opção de voto. E, repito, voto que não se insere em determinada
força social não tem qualquer sentido.
Esta é a minha própria alienação, e de outros, certamente, mas vejo que
a maioria está submetida à face oposta da mesma moeda. Alienação de rebanho,
manipulável e suscetível (à propaganda, às lideranças, ao senso comum, à
opinião do vizinho, à mídia, ao discurso técnico-científico, às pesquisas, à
opinião pública. Esta é a miséria do caráter social do voto, embora não deixe
de ser exuberante a força coletiva que o anima.
Se a política é a arte do exercício de poder de influência de grupos
sobre a massa, por que é que continuam a convocar os indivíduos às eleições?
Primeiro, que existe de fato um fenômeno social que carrega pessoas à
parte de todo e qualquer senso de identificação e ação coletivas. Efeito manada.
Segundo, que tais pessoas podem duvidar, rejeitar e combater todas as
permanentes pressões sociais que tentam enquadrá-las, arrebanhá-las, seduzi-las
e justificá-las em nome de bandeiras, slogans, grupos, instituições ou
coletividades que fazem sentido apenas para rebanhos.
Terceiro, que para os indivíduos, peso na consciência e apelos morais
não justificam voto. Um rebanho de vacas pode ser mais atraente do que um
rebanho suíno, mas ainda é rebanho.
Quarto, que a resposta mais adequada ao voto compulsório é o voto nulo.
Pois a condição primeira para o combate à alienação é o próprio reconhecimento
radical de sua existência. A demonstração de insatisfação, única possível até
agora, que poderá começar a sinalizar a insatisfação com o status quo.
Ausência-de-si! Esta é a verdadeira palavra de ordem da sociedade,
principalmente em tempos de eleições. Intelectuais votando em prol de
operários, operários em prol de burgueses ressentidos, burgueses ressentidos em
prol de ambientalistas, ambientalistas em prol de empresários, empresários em
prol de cristãos, cristãos em prol de democratas, democratas em prol de
trabalhadores, trabalhadores em prol de pseudo-radicais, pseudo-radicais em
prol de miseráveis, miseráveis em prol deles mesmos, e eles mesmos em prol da máquina
político-partidária! E por ai vai.
Vislumbrando essa pequena parte do processo político e seus princípios,
me abstenho de aceitar qualquer tipo de opressão feita a minha obrigação de
eleger alguém (incluo a pessoa jurídica do partido) que represente realmente os
ideais em qual acredito. Não iludido, mas como um touro em guerra, recuso
aceitar minha aniquilação moral e social.
E por fim, de todo modo, apoio e defendo todos os direitos e deveres
daqueles que ativamente participam desse jogo espetacularmente manipulado e
hipócrita do qual, em sua grande maioria, são alienados lindamente disfarçados
de pseudos-entendidos políticos. Sem dúvida nenhuma, não sou a maior autoridade
política, mas sou presidente de minhas ações e governante de minhas vontades. E
por agora, nenhum candidato é realmente bom para minha Política.
Se, na sua mente, não votar é aceitar que alguém tome suas decisões,
votar é pedir que ela faça o que quiser com você. Um estupro político
ideológico. E me desculpem, mas isso não representa minha vida, minhas ideias e
muito menos meu Povo.
“Naquela época meu instinto decidiu-se de maneira inexorável contra a continuação da condescendência, do seguir-aos outros, do enganar-a-mim-mesmo. Qualquer modo de vida, as condições mais desfavoráveis, enfermidade, pobreza – tudo me parecia preferível àquela ‘ausência de si’ indigna à qual eu me entregara por ignorância, por juventude, e na qual eu acabara ficando pendurado mais tarde por preguiça, devido ao assim chamado ‘sentimento do dever’.”
sábado, 6 de outubro de 2018
Apenas um poema
quinta-feira, 27 de setembro de 2018
Cotidiano
segunda-feira, 17 de setembro de 2018
Brócolis
quinta-feira, 13 de setembro de 2018
Xiva
segunda-feira, 10 de setembro de 2018
Abandone seus amigos
Fotografia
segunda-feira, 27 de agosto de 2018
Por favor
Gabrieélaa...
terça-feira, 14 de agosto de 2018
Minha mãe morreu
segunda-feira, 11 de junho de 2018
Uma Carta Para Amanda
Caro amigo,
Faz algum tempo que não lhe escrevo. As coisas tomaram um rumo diferente do que o esperado. Caso se lembre de minha última carta - acredito que não pois sua memória é de um guaxinim em chamas - saberá de meu eterno litigio. Não se preocupe, contarei novamente pois um absurdo depende do outro para que você possa entender.Já percebi meu mínimo lugar no cosmo e minha triste, inútil e repetitiva existência. Digo repetitiva pois como disse antes, fui amaldiçoado pelo vírus do Saber. Diferente de todos que me cercam, consigo deslumbrar todas minhas vidas antigas. Não se confunda bastardo, não se trata da boa e velha reencarnação pregada por alguns, mas de algo muito mais complexo, do qual não existem árvores capazes de produzir papeis para tantas cartas. Tamanha realidade me trouxe enfado de corpo e alma. Rever tantas atitudes e pessoas, repetindo a cada vida, cumprindo seus personagens nesse teatro inventado sem perceberem o quão são semelhantes a roedores dentro de uma roda velha, me causa achaque. Mas não tema, já passei da fase da revolta, da tristeza, da ira e de todas as outras, e se há algo além disso tudo, que esse Ser lhe prive de tamanha dor. Um dia desses sai como covarde de um insulto no bar pois até as brigas já são enfadonhas. Já fui carteiro, açougueiro, lutador, guardião, músico, morador de rua, mulher, criança e até político – deste último não tenho muito orgulho – e em todos os casos, o tédio da vida estava sempre presente pois a grande mágica da surpresa diária foi deixando de existir. Até o suicídio perde seu brilho, é como sair de uma festa ruim e ir a outra pior. E é aqui que lhe digo outro absurdo do qual preciso urgentemente de vossa ajuda. Há um item solto nesse pandemônio de repetições. Algo do qual não estou familiarizado, um defeito perfeito. Uma moça.Não. Não pare de ler. Tentarei manter restrito a ladainha de um novo apaixonado. Acima de tudo preciso que me ajude, e lhe direi como.Infelizmente nunca conseguirei retratar tamanha beleza e sensualidade. Seus lábios são esdruxulamente convictos e ela tem um olhar assustador. Até você não conseguiria manter a visão por muito tempo pois as pupilas dessa mulher são um convite para uma noite de porre, aquelas que você fica arrependido de ter bebido tanto e acorda com uma mulher, dois homens e três cachorros numa cama. Mas não é disso que quero falar. Este ser é singular. Longe de mim lhe entupir de extravagantes qualidades que pulam em meus olhos diariamente, ou o quanto esse novo personagem tem feito esse grande passatempo um pouco mais interessante. Do contrário, se existe alguém que se deva evitar, é essa mulher. Ciumenta, egoísta, possuidora de um ego caloroso e estranhamente nervosa, ela tem defeitos pavorosamente atraentes. Sua mente é maléfica e seus pensamentos correm empurrando quem esta a sua frente. Não se pode fraquejar ao seu lado, ela não é do tipo que gosta de pessoas de pernas fracas ou mentes frágeis. Sua língua é veloz em expor ideias que deveriam permanecer na cabeça, mas eu a compreendo. As vezes creio que como eu, ela já viveu tantas vidas que se cansou de mais essa, e digo mais, creio que se perde numa mixórdia de personagens. Quando penso que desvendei seu olhar rápido de canto de olho pra conferir algumas imagens no seu campo de visão e sondar quem a observa ou o ambiente ao seu redor, ela se metamorfoseia numa graciosa e indefesa donzela em perigo, com um sorriso malicioso e convidativo pedindo ajuda para entrar na perdição eterna. Outras horas parece mais grossa que a Arbol del Tule, cuspindo antipatia para todos os lados. Deve estar pensando porque estou com um indivíduo tão problemático. Aqui esta sua resposta e como disse no começo, meu pedido de ajuda.Ela é maravilhosa meu amigo. Suas vidas se embalam todos os dias, me surpreendendo com seus tiques particulares e seus pensamentos abstratamente lógicos. Por cima de toda essa camada de grandes personalidades, existe uma doçura facilmente duvidosa porem extremamente realista. Ela é carinhosa, doce, cuidadosa, visionaria, sexy, extremamente madura e sua grande capacidade de desafeto é proporcional ao seu apego imediato. Como disse, não quero lhe encher de elogios como um velho poeta apaixonado, o que quero é sua ajuda. Preciso que ela lembre-se em todas suas outras futuras vidas, que um dia me conheceu. Preciso que ela me procure e me encontre por toda essa infindável chatice que é a vida. Preciso repetidamente, diariamente, cotidianamente, que ela sempre volte para meu tédio. Preciso que me ajude a deixar uma marca nas finitas eternidades. Preciso que deixe uma carta para Amanda.
segunda-feira, 7 de maio de 2018
SATANÁS, o cara das boas notícias
segunda-feira, 2 de abril de 2018
Bom mesmo é comer todo mundo
Plumas, penas e prisões
- ... três meses de prisão preventiva.. O promotor vestia esses lenços pretos no pescoço, uma espécie de babador ao contrario. Faltava-l...
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O amor é masoquista Insiste em querer sofrer Busca sempre seu oposto E de mais nada quer saber. Se contenta com a dor Como se fosse natural....
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Entre um Olimpo rodeado por deuses que precisam de terapia, humanos que não sabem conversar, um oceano cheio de barco com gente passando q...
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