Em meio a escuridão invoco os demônios para me perturbarem. Onde
estão vocês seus covardes, que se escondem nas sombras a perturbar apenas aqueles
que fogem de suas presença? A sombra da cadeira não remexe, não sinto mal, não sinto
o inferno. Pertuba-me apenas nos pensamentos. Malditas almas tenebrosas que me
assolam e me tiram a paz. Do mais profundo inferno criam seus estratagemas para
tirar o sono das pobre carcaças que caminham sem rumo pela terra. Os observam
chorar nos cantos das noites, deitados em seus leitos sem sentir nenhuma
presença humana, apenas os olhos fixos de seus algozes demoníacos. Eu vos
invoco personagens de satanás. Saiam de dentro dos armários, façam seus zunidos
arrepiantes, lhes convido a vir tirar minha coragem. Acostumados a sugar o medo
e exalar terror, são apenas peças frigidas de um mundo desiludido. De minha
cadeira não sinto os malditos, não os vejo fora, não os sinto no ar. Mas estão em
um lugar bem pior para se habitar. Habitam em mim, nas ideias, nas tripas
sangrentas de minha alma seca pela dor de esperar algo. Eles comem minha carne
emotiva se alimentando de toda ilusão de tranquilidade. Os malditos estão por
toda parte como um monte de baratas no esgoto. Saiam e corram para os becos
pois dentro de mim não há mais o que se absorver seus malditos sangue sugas.
O que fiz pra essas criaturas? Meus olhos lacrimejam todas
as noites sem motivo algum, meu corpo padece como uma dança lenta e cruel. Matem-me,
me levem, mas terminem logo com isso. Suas garras fincaram profundamente em
minha alma. Os desgraçados vermes de suas podridões já se multiplicam dentro de
minha boca. Eu vos invoco para fora, para que me deixem em paz. Mil vezes lhes
observar com seus olhos caninos nas noites escuras, do que velos em minha
mente.
Malditos, covardes e ocultos. Atormentam-me com o silencio,
a dor, sofrimento e solidão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário