Havia um monstrinho na gaveta.
Se remexia, incomodando a senhorita.
Frustrada e medrosa imaginava com medo
Se abrisse a gaveta
O monstrinho comesse o seu dedo.
Ou pior ainda, imaginava ela;
Se fosse peludo um pouco felpudo
Mordesse feroz com canino firmado?
Se fosse pequeno, nojento, escorregadio
E saísse na rua sem medo do frio?
Devastaria a paz, sugaria o amor
Sem deixar lugar para misericórdia
Destruiria o mundo num gigantesco furor!
Com medo da morte confiando na sorte
Resolveu matar o monstrinho ainda na gaveta.
Tremula, puxou a maçaneta
Esperando o bote.
E para sua surpresa
O monstrinho repugnante
Não existia.
O maldoso, cruel e maçante,
Era fruto do seu tédio,
De sua agonia.
John Rayner
Um comentário:
Esse e o mal da sociedade capitalista, as pessoas nao conseguem dormir e ficam imaginando monstrinhos nas gavetas.kkkkkkkkkkkkkkkkkkkk
o nome disso e insonia.
Postar um comentário